ENTREVISTA À DRA. SUSANA PERDIGOTO

Quais considera terem sido as principais inovações na área da Implantologia nos últimos anos?

Têm havido muitas inovações na área da implantologia. Na minha opinião, as principais são as novas superfícies dos implantes que levam a uma mais rápida osteointegração, os novos designs dos implantes com sulcos anti-rotacionais e micro-espiras na zona cervical do implante e o cone morse. Uma área que tem sofrido uma grande inovação tem sido a dos biomateriais, que facilitam imenso as cirurgias de colocação de implantes. Neste momento, muitos dos casos que obrigavam a uma cirurgia para recolha de osso para enxerto, podem ser realizados sem a morbilidade de uma cirurgia secundária.


Qual seria, em seu entender, o que distingue um bom implante de um mau implante? Como seria o implante ideal?

O que distingue, na minha opinião, um bom implante de um mau implante é o tipo de de titânico com que é fabricado, o tratamento de superfície, bem como a qualidade dos componentes proteticos.Para mim, o implante ideal teria um ligeiro colo que fosse antibacteriano para não haver agregação bacteriana, micro-espiras nos primeiros 2 mm e as restantes espiras seriam auto-roscantes. O implante seria praticamente cilíndrico, com sulcos anti-rotacionais, apex arredondado e cone morse. O tratamento de superfície deveria tornar o implante osteo-indutor. O implante ideal deveria ter ainda inúmeras soluções protéticas, de forma a conseguir reabilitações similares ao dente natural.


E
quais são os factores que podem influenciar o sucesso de um implante?

O próprio implante, mas essencialmente a correcta colocação e opção protética para o caso clínico. O planeamento é crucial para uma correcta distribuição de forças, sem sobrecargas em pontos localizados que possam levar ao insucesso da reabilitação com perda das estruturas protéticas e ou  dos implantes. A avaliação periodontal do paciente é fundamental assim como a motivação higiénica e as revisões na consulta de higiene oral periódicas. Determinadas doenças sistémicas podem condicionar o sucesso. Os hábitos tabágicos também influenciam o sucesso do tratamento com implantes.


Quais os principais erros/complicações com que já se deparou fruto da aplicação de um implante?

Tenho tido vários casos referidos por colegas, de implantes colocados em pacientes com doença periodontal não tratada, com perdas ósseas severas em redor dos implantes. Outras complicações dizem respeito mais à fase protétca do tratamento, havendo fractura de cerâmicas em reabilitações de doentes com  hábitos para-funcionais, como é o caso do bruxismo.


Nem todos os pacientes que procuram implantes, podem receber este tipo de tratamento. Em que casos é contra-indicado?

Algumas das contra-indicações são detectadas aquando da avaliação clínica do paciente , patologias graves e não controladas são geralmente uma contra-indicação. As patologias localizadas como uma periodontite não tratada é uma contra-indicação.Já a ausência de osso hoje em dia pode ser contornada com técnicas cirúrgicas actuais. No entanto um paciente periodontal tratado pode e deve ser reabilitado com implantes.


Actualmente, fala-se muito na crise económica… esta tem-se feito sentir na procura de tratamentos nesta área? Têm soluções de financiamento para estes casos?

É natural que com a crise económica haja uma retracção na procura de tratamentos mais dispendiosos, existindo necessidade de inovar e criar novas parcerias para manter e atrair novos pacientes às clínicas. No caso da Klinica Perioimplantológica, possuimos um diferentes soluções em termos de financiamento.

Muito obrigada,

Susana Perdigoto

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